Musculação e Alzheimer
- Rudney Nicacio
- 10 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 4 de set.

A musculação tem se consolidado não apenas como ferramenta estética e de performance, mas também como prática preventiva e terapêutica para diversas condições de saúde, incluindo doenças neurodegenerativas como o Alzheimer. A relação entre treino de força e saúde cerebral é cada vez mais estudada, revelando benefícios significativos tanto para prevenção quanto para o manejo dos sintomas.
O que é o Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela perda de memória, dificuldade de raciocínio, alterações comportamentais e declínio funcional. É a principal causa de demência no mundo e não tem cura, mas existem estratégias que podem atrasar sua progressão e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Musculação como prevenção
Estudos mostram que a prática regular de exercícios físicos, incluindo a musculação, pode reduzir o risco de desenvolver Alzheimer. Isso ocorre por diversos mecanismos:
Aumento do fluxo sanguíneo cerebral: o exercício melhora a oxigenação e o fornecimento de nutrientes ao cérebro, protegendo os neurônios.
Liberação de fatores neurotróficos: o treino estimula proteínas como o BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro), que favorecem a plasticidade neuronal e a formação de novas conexões.
Controle de fatores de risco: hipertensão, diabetes, obesidade e resistência à insulina são fatores associados ao Alzheimer, e a musculação ajuda no controle de todos eles.
Redução de inflamações: o exercício de força contribui para diminuir processos inflamatórios sistêmicos que podem acelerar a degeneração cerebral.
Musculação como tratamento auxiliar
Para quem já recebeu o diagnóstico de Alzheimer, a musculação pode atuar como recurso complementar:
Preservação da autonomia: ao fortalecer músculos e articulações, o paciente mantém maior independência nas atividades da vida diária por mais tempo.
Melhora da coordenação e equilíbrio: reduzindo riscos de quedas e complicações associadas.
Benefícios cognitivos: treinos estruturados, que exigem atenção, contagem de repetições e aprendizado motor, funcionam como estímulos adicionais para o cérebro.
Bem-estar psicológico: a musculação reduz sintomas de ansiedade e depressão, comuns em pessoas com Alzheimer e em seus familiares cuidadores.
Considerações práticas
A musculação deve ser adaptada ao nível de cada pessoa, respeitando limitações físicas e cognitivas.
O ideal é começar com exercícios simples, cargas leves a moderadas, repetições controladas e supervisão profissional.
A constância é mais importante do que a intensidade, principalmente em estágios avançados da doença.
Associar a musculação a outras práticas, como caminhada, alongamento e exercícios respiratórios, potencializa os efeitos.
Conclusão
A musculação vai além da estética: ela é uma aliada poderosa na saúde do cérebro. No caso do Alzheimer, pode atuar como ferramenta preventiva, retardar o avanço da doença e preservar a autonomia do indivíduo. Em uma sociedade que envelhece rapidamente, incluir a musculação na rotina não é apenas uma questão de força e forma física, mas de qualidade de vida e saúde cognitiva.