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No Pain, No Gain

  • Foto do escritor: Rudney Nicacio
    Rudney Nicacio
  • 16 de ago. de 2024
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de set.

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“No pain, no gain”: uma análise crítica

A expressão “No pain, no gain” (“Sem dor, sem ganho”) surgiu na cultura do treinamento físico e ganhou força principalmente no fisiculturismo e nos esportes de alto rendimento. A ideia central é que o esforço intenso, que muitas vezes gera desconforto físico e mental, seria indispensável para conquistar resultados significativos. Embora motivadora em alguns contextos, essa máxima também pode gerar interpretações equivocadas e até prejudiciais à saúde.

Aspectos positivos

  1. Motivação para ultrapassar limites

    • O mantra ajuda a criar uma mentalidade de disciplina e superação.

    • Estimula o praticante a não desistir diante do desconforto inicial comum em treinos desafiadores.

    • Ensina que a evolução acontece fora da zona de conforto.

  2. Construção de resiliência mental

    • Desenvolve tolerância à frustração e perseverança.

    • Ensina a lidar com a fadiga, dores musculares leves (como a dor tardia pós-exercício – DOMS) e outros desconfortos normais do treinamento.

  3. Reconhecimento do esforço como parte do progresso

    • Reforça a ideia de que resultados consistentes exigem dedicação contínua.

    • Afasta ilusões de ganhos rápidos sem comprometimento.

Aspectos negativos

  1. Risco de interpretação literal

    • Muitos praticantes confundem dor muscular “normal” com dor lesiva.

    • Essa interpretação pode levar a treinar mesmo com lesões articulares, tendíneas ou musculares, agravando problemas.

  2. Associação entre sofrimento e resultado

    • Pode reforçar a crença de que apenas o treino extenuante gera benefícios.

    • Isso desvaloriza práticas mais leves e igualmente eficazes, como treinos moderados, yoga, caminhada e exercícios de mobilidade.

  3. Sobrecarga física e psicológica

    • O excesso de intensidade pode causar overtraining, queda de imunidade, distúrbios de sono e aumento do estresse.

    • Psicologicamente, pode criar culpa ou frustração em quem não suporta treinos dolorosos, afastando iniciantes.

  4. Risco de elitização do exercício

    • O mantra pode transmitir a ideia de que só “os fortes” se beneficiam da prática, ignorando a individualidade biológica.

    • Isso afasta pessoas que buscam saúde, bem-estar e longevidade sem foco em performance extrema.

O equilíbrio necessário

A ciência do exercício físico mostra que o progresso ocorre através de um estímulo seguido de descanso e adaptação. O desconforto moderado faz parte desse processo, mas a dor intensa ou incapacitante é sinal de que algo está errado.

Portanto, o ideal seria substituir o “No pain, no gain” por algo mais realista, como:

  • “No challenge, no change” (“Sem desafio, não há mudança”);

  • “Treine com esforço, não com sofrimento”.

Essas versões mantêm o valor da dedicação sem cair na armadilha de glorificar a dor.

Em resumo:O mantra “No pain, no gain” pode ser um combustível motivacional quando entendido como a necessidade de esforço e disciplina. Contudo, usado de forma literal ou extrema, pode levar a lesões, frustrações e até ao abandono da prática. O caminho mais inteligente é treinar com intensidade progressiva, autoconsciência e respeito aos limites individuais, equilibrando desafio e segurança.



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© 2016 por Rudney Nicacio.

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