Tipos de hipertrofia
- Rudney Nicacio
- 13 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 3 de set.

Tipos de Hipertrofia
A hipertrofia muscular é o aumento do tamanho dos músculos decorrente de adaptações ao treinamento, especialmente o de força. Esse fenômeno não acontece de forma uniforme: existem diferentes tipos de hipertrofia, que variam de acordo com os mecanismos fisiológicos envolvidos e com os estímulos aplicados durante o treino. Compreender essas diferenças é essencial para a prescrição de programas de treinamento que atendam a objetivos específicos, como estética, performance esportiva ou saúde.
1. Hipertrofia Miofibrilar
Definição: Caracteriza-se pelo aumento da quantidade e densidade das miofibrilas (estruturas contráteis do músculo compostas por actina e miosina).
Mecanismo: Ocorre principalmente por meio da tensão mecânica gerada durante exercícios com cargas elevadas, próximos da força máxima. Isso estimula adaptações que resultam em fibras mais espessas e fortes.
Características:
Aumento da força muscular.
Ganho de densidade muscular (músculo mais “duro”).
Crescimento mais funcional, ligado ao desempenho atlético.
Treino mais indicado: Baixas a médias repetições (4 a 8), altas cargas (75–90% de 1RM), intervalos de descanso mais longos (2–4 minutos).
2. Hipertrofia Sarcoplasmática
Definição: É o aumento do volume do sarcoplasma (fluido que envolve as miofibrilas), rico em enzimas, glicogênio e mitocôndrias.
Mecanismo: Decorre de estímulos que geram estresse metabólico, como repetições mais altas, menor descanso e maior acúmulo de metabólitos (lactato, íons H+ e outros).
Características:
Aumento do volume muscular, deixando o músculo mais aparente e cheio.
Ganhos estéticos mais evidentes, porém com menor incremento de força em relação à hipertrofia miofibrilar.
Treino mais indicado: Médias a altas repetições (8 a 15 ou mais), cargas moderadas (60–75% de 1RM), intervalos curtos (30–90 segundos).
3. Hipertrofia Transitória (“Pump”)
Definição: É o aumento temporário do volume muscular causado pelo acúmulo de sangue, nutrientes e fluidos dentro do músculo durante e após o treino.
Mecanismo: Resulta da vasodilatação e do fluxo sanguíneo aumentado para os músculos em atividade.
Características:
Sensação de músculos “inchados” logo após o treino.
Duração curta (algumas horas).
Importante para motivação e estímulo psicológico, mas não representa crescimento real e duradouro.
Treino mais indicado: Séries com altas repetições, curtos períodos de descanso e técnicas como bi-set, drop set e séries gigantes.
4. Hipertrofia Funcional
Definição: Refere-se ao desenvolvimento muscular voltado não apenas para estética, mas também para desempenho físico, integrando força, potência e resistência.
Mecanismo: Resulta da combinação equilibrada de estímulos mecânicos e metabólicos, levando a ganhos de força, potência e aumento de massa muscular de forma proporcional.
Características:
Melhoria no desempenho esportivo.
Músculos mais eficientes e preparados para diferentes demandas físicas.
Treino mais indicado: Mescla de cargas elevadas e moderadas, variação de repetições e estímulos, inserindo exercícios multiarticulares e funcionais.
Resumo Comparativo
Tipo de Hipertrofia | Estímulo Principal | Benefício Predominante | Exemplo de Treino |
Miofibrilar | Tensão mecânica | Força e densidade muscular | 4–8 repetições, cargas altas |
Sarcoplasmática | Estresse metabólico | Volume e estética | 8–15+ repetições, intervalos curtos |
Transitória (Pump) | Fluxo sanguíneo aumentado | Inchaço temporário | Séries longas, técnicas intensivas |
Funcional | Combinação variada | Performance e equilíbrio | Treino misto de força e resistência |
Em resumo: a hipertrofia não é única. Dependendo do objetivo — estética, força ou desempenho — o treino pode ser direcionado para estimular mais a hipertrofia miofibrilar, sarcoplasmática ou uma combinação de ambas, sendo essa última a mais comum em programas bem estruturados de musculação.