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Treino tensional e metabólico

  • Foto do escritor: Rudney Nicacio
    Rudney Nicacio
  • 21 de jul. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 13 de jun.




Treinar de forma inteligente na musculação vai muito além de levantar pesos pesados ou buscar exaustão muscular. Um dos erros mais comuns entre praticantes — especialmente os que treinam há algum tempo — é manter o foco exclusivo em treinos tensionais durante longos períodos, sem variações. Embora o treino tensional, que prioriza cargas elevadas e repetições mais baixas para gerar tensão mecânica nos músculos, seja fundamental para promover força e hipertrofia, ele não deve ser sustentado de maneira contínua sem pausas ou alternância com outros estímulos, como o treino metabólico.


Esses dois tipos de treinamento são estratégias importantes para variar os estímulos e obter resultados mais eficazes. Vou explicar brevemente cada um deles:


Treino Metabólico: Nesse tipo de treino, o estímulo para adaptações musculares ocorre por meio de sinais bioquímicos.

Durante o treino metabólico, você acumula resíduos metabólicos na musculatura e na corrente sanguínea. Um exemplo conhecido é o ácido lático.

O corpo responde a esses sinais bioquímicos, promovendo adaptações como hipertrofia e força. Faixa de repetições mais alta (geralmente acima de 12). Intervalos de descanso mais curtos (geralmente abaixo de 2 minutos).

Velocidade de execução mais rápida.

Cargas moderadas. Esse tipo de treino é ótimo para estimular a resistência muscular e a queima de calorias.


Treino Tensional: Aqui, o estímulo é mecânico, baseado em cargas elevadas e tensão muscular. Faixa de repetições mais baixa (geralmente abaixo de 6). Intervalos de descanso mais longos (superiores a 2 ou 3 minutos). Velocidade de execução com ênfase na fase excêntrica (negativa) do movimento. Cargas (pesos) bem altos.

Ideal para ganhar força e desenvolver músculos mais densos.

Por que não manter o treino tensional por muito tempo?

Treinar tensionando constantemente os músculos com altas cargas exige muito do sistema musculoesquelético, nervoso e até hormonal. A sobrecarga crônica pode levar ao acúmulo de microlesões, estagnação nos resultados e, em casos mais severos, a lesões articulares e musculares. Além disso, o sistema nervoso central precisa de tempo e estratégias específicas para se recuperar da alta demanda que esse tipo de estímulo impõe. Quando não há variação, o corpo deixa de responder positivamente, e o progresso pode regredir.

Outro ponto importante é que o treino tensional exige uma execução técnica precisa. Com o passar do tempo e o cansaço acumulado, há maior risco de degradação da forma, o que potencializa lesões. Por isso, não apenas a musculatura, mas o praticante como um todo precisa de "descansos" estratégicos desse tipo de estímulo.

A importância de alternar com o treino metabólico

O treino metabólico, por sua vez, foca em manter os músculos sob tensão por mais tempo (com repetições moderadas a altas, menos intervalo e maior volume), promovendo uma queima calórica elevada, congestão muscular (o famoso "pump") e melhora na resistência muscular localizada. Ele atua fortemente sobre o metabolismo energético e sobre o sistema cardiovascular, e tem menos impacto negativo sobre articulações e tendões.

A alternância entre treino tensional e metabólico promove um ciclo mais sustentável de progresso, evitando estagnação, otimizando a recuperação e mantendo o sistema corporal adaptativo em constante estímulo. Além disso, o treino metabólico pode ser feito por tempo indeterminado, pois ele não sobrecarrega o corpo da mesma forma que o tensional. Ele pode ser usado como "deload" (descarga programada) entre ciclos mais pesados, ou como parte de um planejamento de longo prazo focado em resistência e estética muscular.

Em resumo:

  • Treino tensional: promove força e hipertrofia, mas exige cuidado com recuperação e técnica. Não deve ser feito por longos períodos ininterruptamente.

  • Treino metabólico: favorece resistência, vascularização e pode ser feito continuamente, servindo também como recuperação ativa.

  • Alternar os dois: é essencial para maximizar resultados, evitar lesões, e manter a motivação e o corpo em equilíbrio.

Para quem leva a musculação a sério e quer progresso duradouro, respeitar os ciclos e entender a função de cada tipo de estímulo é parte do treino tanto quanto levantar o peso em si. Lembre-se de que a combinação adequada desses tipos de treino pode ser a chave para evitar estagnação nos resultados. Consultar um profissional de educação física é sempre recomendado para personalizar seu programa de treinamento.




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© 2016 por Rudney Nicacio.

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