Pegada falsa no supino
- Rudney Nicacio

- 4 de dez.
- 3 min de leitura

Também conhecida como false grip ou thumbless grip, quando o polegar não envolve a barra — é um detalhe aparentemente simples, mas que aumenta significativamente o risco durante o exercício. Abaixo segue um texto detalhado sobre seus perigos, suas consequências e por que deve ser evitada na maioria das situações.
Os perigos da pegada falsa no supino
A pegada falsa no supino é frequentemente adotada por alguns praticantes que acreditam que ela ajuda a melhorar o recrutamento muscular do peitoral, reduz o desconforto no punho ou permite um posicionamento mais confortável da barra. No entanto, por trás dessa pequena variação técnica, existe um dos maiores fatores de risco dentro da musculação: a possibilidade de perda total e repentina de controle da barra.
Risco extremo de queda da barra
O principal perigo da pegada falsa é simples e sério: sem o polegar travando a barra, ela pode escorregar das mãos sem aviso prévio.
A barra apoiada apenas nos dedos cria uma superfície instável. Qualquer microdeslizamento, suor, falha muscular, desatenção ou desbalanceamento pode fazer com que a barra caia diretamente sobre:
o tórax,
o rosto,
a mandíbula,
ou a garganta — sendo este o cenário mais perigoso.
Casos de acidentes graves e até fatais já foram documentados em academias e competições devido a esse tipo de pegada.
Menor estabilidade do punho
A pegada falsa coloca o punho em uma posição mais vulnerável. Sem o domínio firme da barra, ele pode:
dobrar para trás,
perder força no meio do movimento,
gerar microlesões por sobrecarga repetitiva.
Isso compromete não apenas a segurança, mas também a transferência eficiente de força entre braços e barra.
Redução do controle no caminho da barra
Com o polegar fora da equação, qualquer oscilação lateral ou frontal é ampliada. A barra se torna mais sensível a desequilíbrios, o que dificulta:
manter o trajeto correto,
estabilizar no ponto de descida,
lidar com cargas altas.
Isso é especialmente arriscado.
Aumento do risco em cargas elevadas
Quanto maior o peso utilizado, menor a margem de tolerância para erros. Em cargas próximas do limite, onde já existe esforço máximo e tremores musculares, a pegada falsa deixa o movimento ainda mais instável. Em treinos de força (principalmente powerlifting), a pegada falsa é geralmente proibida por questões de segurança.
Criação de um falso senso de “conforto”
Alguns atletas adotam a pegada falsa porque sentem o supino mais “natural” ou “leve” nos ombros. Contudo, essa sensação costuma ser enganosa. O que parece conforto imediato se transforma em risco acumulado, já que o padrão de pegada compromete a segurança estrutural do movimento.
Falta de benefício real que compense o risco
Embora algumas pessoas acreditem que a pegada falsa recrute mais o peitoral, a diferença é inexistente na prática. Técnicas muito mais seguras — como ajustar a largura da pegada, o arco corporal ou o posicionamento dos cotovelos — trazem os mesmos benefícios sem colocar o atleta em perigo.
Uma pegada segura: a alternativa recomendada
A forma correta e mais segura é a pegada completa (thumbs-around grip), com o polegar envolvendo a barra. Isso cria um “gancho natural” na mão, reduz drasticamente o risco de escorregamento e garante:
maior estabilidade,
melhor transferência de força,
maior controle do movimento,
prevenção de acidentes.
Conclusão
A pegada falsa no supino é um exemplo claro de como um pequeno detalhe técnico pode transformar um exercício extremamente benéfico em uma atividade potencialmente perigosa. Embora possa parecer confortável ou até “profissional”, ela elimina a principal barreira de segurança que impede a barra de despencar sobre o atleta. Por isso, a recomendação é clara: evite a pegada falsa no supino. Sua performance e sua segurança agradecem.




