Recomendações da OMS para atividade física
- Rudney Nicacio
- 2 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 3 de set.

As novas diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) relativas à atividade física e ao comportamento sedentário:
1. Contexto e Motivação
Em 26 de novembro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou suas novas diretrizes sobre atividade física e comportamento sedentário. Essa atualização trouxe mudanças significativas com ênfase tanto no aumento da prática de exercícios quanto na redução do tempo sedentário, considerando diferentes faixas etárias e condições individuais.
A OMS destacou que até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população global fosse mais ativa. A inatividade física representa um risco elevado para doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, câncer e outras condições crônicas, além de gerar impacto econômico colossal em saúde pública e produtividade.
2. Principais Recomendações por Grupo Etário
Adultos (18–64 anos)
Atividade aeróbica moderada: de 150 a 300 minutos por semana, ou
Atividade vigorosa: de 75 a 150 minutos por semana, ou combinação equivalente.
Fortalecimento muscular: atividades que envolvam todos os principais grupos musculares pelo menos duas vezes por semana.
A OMS incentiva a ir além do mínimo recomendado para benefícios adicionais.
Idosos (65 anos ou mais)
Seguem as mesmas recomendações gerais dos adultos, adaptadas à capacidade funcional individual.
Além disso, devem realizar atividades que promovam equilíbrio funcional e força muscular, pelo menos três vezes por semana, com o objetivo de prevenir quedas e preservar a autonomia.
Crianças e Adolescentes (5 a 17 anos)
Devem praticar ao menos 60 minutos por dia de atividade física de intensidade moderada a vigorosa.
Devem incluir atividades que fortaleçam músculos e ossos pelo menos três vezes por semana.
Mulheres Grávidas e no Puerpério
Recomenda-se pelo menos 150 minutos por semana de atividade aeróbica moderada, com inclusão de exercícios de fortalecimento e alongamento suave.
Mulheres habituadas a atividades intensas podem continuar, com adaptações conforme orientação profissional.
Pessoas com Doenças Crônicas ou Deficiências
As recomendações são semelhantes às orientações gerais, mas ajustadas às capacidades individuais.
É aconselhável começar com quantidades menores e aumentar gradualmente, com supervisão de profissional de saúde, quando necessário.
3. Comportamento Sedentário: a Nova Ênfase
Uma mudança de destaque nessa revisão foi o foco explícito no comportamento sedentário — não apenas como tempo sentado, mas como qualquer período de inatividade física, abrangente para todas as pessoas, inclusive as que utilizam cadeira de rodas ou têm baixa mobilidade.
A recomendação central é limitar o tempo sedentário e quebrar longos períodos de inatividade, mesmo com pausas breves — por exemplo, caminhar ou se movimentar por alguns minutos a cada hora sentado.
4. Princípios Gerais: o que mudou
Qualquer movimento conta
Não é mais necessário acumular os minutos de atividade em blocos de pelo menos 10 minutos. Toda atividade, mesmo de curta duração, traz benefícios.
Inclusividade
Pela primeira vez, as diretrizes abrangem explicitamente pessoas com mobilidade reduzida, doenças crônicas, deficiências, além de gestantes e puérperas.
Fortalecimento muscular e equilíbrio
Essas modalidades, especialmente relevantes para idosos, ganharam maior ênfase como parte integrante da promoção da saúde global.
5. Panorama Atual e Desafios
Em 2022, cerca de 31% dos adultos (aprox. 1,8 bilhão de pessoas) não atenderam às recomendações de atividade física.
Espera-se que esse índice chegue a 35% até 2030 se nada mudar.
As mulheres são sistematicamente menos ativas que os homens, e a inatividade aumenta bastante após os 60 anos.
A OMS reforça a necessidade de políticas públicas robustas que criem ambientes seguros, acessíveis e motivadores para a prática de atividade física em todos os segmentos da sociedade.
6. Conclusão: por que essas diretrizes importam?
As novas diretrizes da OMS representam um avanço porque:
Ampliam o conceito de atividade física, valorizando qualquer movimento cotidiano.
Abraçam a diversidade humana, ao contemplar diferentes realidades e capacidades físicas.
Reconhecem a urgência de combater o sedentarismo, tão prejudicial quanto a inatividade.
Fomentam políticas públicas, com o objetivo de tornar a prática acessível, inclusiva e prazerosa.
Essas recomendações reforçam que cada movimento conta, independentemente de duração ou intensidade — e que o mais importante é começar, adaptar e persistir.