É realmente necessário ir até a falha concêntrica nos exercícios de musculação?
- Rudney Nicacio
- 5 de jun.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 4 horas

A falha concêntrica — o ponto em que não é mais possível realizar outra repetição com boa forma — é frequentemente vista como um marco de intensidade nos treinos de musculação. Mas será que ela é realmente necessária para gerar resultados? A resposta é: depende do contexto e do objetivo do praticante.
Treinar até a falha: o que significa?
Chegar à falha concêntrica significa executar repetições até o momento em que o músculo simplesmente não consegue mais completar o movimento, mesmo com esforço máximo. Essa prática gera um estresse considerável no músculo, o que pode, sim, estimular o crescimento — mas não é o único caminho para a hipertrofia ou ganho de força.
Quando a falha não é necessária
Para a maioria das pessoas, especialmente iniciantes e praticantes intermediários, não é necessário ir até a falha para evoluir. Treinar até próximo dela — com 1 a 3 repetições “em reserva” (técnica conhecida como RIR, do inglês Reps In Reserve) — já é o bastante para gerar um bom estímulo muscular com menor risco de fadiga excessiva ou lesão.
Evitar a falha também permite manter a qualidade técnica do movimento e facilita a recuperação entre os treinos, especialmente se a pessoa treina o mesmo grupo muscular mais de uma vez por semana.
Quando a falha pode ser útil
Em alguns casos, ir até a falha pode ser uma ferramenta interessante:
Na última série de um exercício, para extrair o máximo estímulo;
Durante fases avançadas de treinamento, onde o corpo já se adaptou a estímulos mais leves;
Em treinos com baixo volume (poucas séries), onde a intensidade precisa ser mais alta;
Para romper platôs de estagnação.
No entanto, mesmo nesses cenários, o uso da falha deve ser pontual e bem planejado, respeitando os limites do corpo e o tempo necessário para recuperação.
Cuidado com os excessos
Usar a falha como estratégia principal em todos os exercícios ou séries pode levar a efeitos negativos, como:
Queda no desempenho ao longo do treino ou da semana;
Maior risco de lesões, especialmente com cargas elevadas;
Sobrecarga do sistema nervoso e prejuízo na recuperação muscular.
Conclusão
A falha concêntrica é uma ferramenta, não uma obrigação. É perfeitamente possível conquistar força, hipertrofia e resistência muscular sem chegar à falha em todas as séries. O mais importante é treinar com consistência, técnica adequada e um bom planejamento de progressão. Em resumo: chegar perto da falha já é suficiente na maioria dos casos. Ir até ela deve ser uma escolha estratégica, não um hábito fixo.
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